Passo 1:
Em obras novas, os suportes deverão apresentar superfície plana (betão, reboco com resistência adequada ou painéis de madeira do tipo OSB).
Suportes em alvenaria não deverão apresentar defeitos de planimetria superiores a 1cm, se esta condição não puder ser garantida, deverá ser regularizada a superfície através da aplicação de um reboco, com resistência adequada ao suporte de esforços.
Os suportes deverão ser normalmente absorventes, consistentes e isentos de poeiras ou óleos descofrantes.
Suportes em betão degradado deverão ser reparados, incluindo o tratamento de armaduras se necessário.
Reparar zonas fissuradas, sempre que as fissuras apresentem abertura superior a 0,5mm.
Os suportes em painéis de madeira do tipo OSB deverão apresentar-se planos, devidamente estabilizados e travados estruturalmente.
Em suportes de madeira do tipo OSB deve ser aplicado previamente o primário promotor de aderência.
Em obras de reabilitação, os suportes deverão ser verificados do ponto de vista da sua consistência, degradação e fissuração, devendo ser removidas as zonas que não ofereçam condições e reparadas as zonas danificadas.
Deverão também ser eliminados todos os resíduos e contaminações existentes na superfície, como sejam acumulações de sujidade ou proliferações de fungos ou musgos, através de aplicação de um agente de limpeza e lavagem com água limpa com pressão (a que seja necessária para garantir a eliminação dos resíduos).
Em função dos danos causados pela operação de limpeza na superfície do revestimento original, poderá ser necessário repor a planimetria da superfície, aplicando um barramento de regularização.
Passo 2:
Se o sistema de isolamento arrancar acima do nível do solo, o sistema deverá ser limitado no seu contorno inferior por um perfil de arranque, de largura adequada à espessura das placas isolantes que se preveja utilizar.
O perfil terá a dupla função de auxílio no arranque da montagem do sistema (garantindo a sua horizontalidade e o suporte das placas enquanto não se encontrarem coladas) e de proteção inferior do mesmo contra a penetração de humidade e agressões externas.
O perfil de arranque deverá posicionar-se pelo menos 5cm acima da cota mais elevada prevista para o terreno exterior, de modo a não se encontrar em contacto direto com este.
O perfil será colocado em posição horizontal, fixado à parede, com espaçamento entre fixações inferior a 30cm.
Preferencialmente, a zona de suporte do perfil de arranque deve encontrar-se regularizada (rebocada por exemplo) para que este assente perfeitamente contra a sua superfície, sem ocos ou vazios; não sendo possível.
Deverão ser deixadas juntas com pelo menos 2mm entre topos de perfis de arranque, realizadas usando ligadores, de modo a permitir absorver eventuais deformações do material.
A superfície enterrada da parede de suporte deverá ser previamente impermeabilizada até um nível acima da posição do perfil de arranque (usando o produto de base betuminosa), procurando impedir a penetração das águas do terreno para o interior da parede por ascensão capilar, por trás das placas isolantes.
Se der continuidade ao sistema de isolamento da parede enterrada, a placa poderá ser apoiada na placa isolante do sistema enterrado (habitualmente em poliestireno extrudido XPS) se tiver a mesma espessura, a partir de um nível pelo menos 20 cm acima do nível final do solo; se a espessura da placa for superior à da placa da zona enterrada, deverá ser aplicado o perfil de arranque, criando uma junta de separação de pelo menos 5 mm com a placa do sistema enterrado, selada com material elástico e impermeável.
Deverá ser impermeabilizada a zona enterrada da parede de suporte.
Passo 3:
Para fixação dos perfis de arranque serão utilizados parafusos adequados ao suporte que deverão distar uns dos outros nunca mais que 30cm.
Deverá existir uma fixação a menos de 5cm das extremidades
Entre os perfis deverá existir um espaço de 2 a 3mm, que permita a sua dilatação e deve fazer-se o reforço com rede de fibra de vidro 0,3x0,3m.
A fixação dos perfis laterais é idêntica à dos perfis de arranque.
Passo 4:
Se o sistema de isolamento deverá ser montado de baixo para cima, apoiando cada fiada de placas sobre a anterior.
As placas isolantes serão coladas aos suportes novos em alvenaria, reboco ou betão com a argamassa polimérica e sobre painéis de madeira do tipo OSB com a argamassa polimérica (com aplicação prévia do primário de aderência), aplicadas no seu verso.
Em obra de renovação, em que as placas isolantes serão coladas sobre suporte em pintura ou revestimento cerâmico, utilizar uma argamassa especifica.
O método de aplicação da argamassa depende das condições do suporte:
- sobre alvenaria de bloco de betão ou tijolo cerâmico com alguma irregularidade, aplicar a argamassa em cordão com 3 a 4cm de espessura disposto ao longo de todo o perímetro da superfície da placa, acrescentando dois cordões transversais ou dois pontos de argamassa no centro da mesma;
- sobre superfície regularizada (reboco ou placa OSB por exemplo), aplicar a argamassa em toda a superfície da placa, com talocha denteada (dente 10 a 12mm).
As placas serão montadas em posição horizontal em fiadas sucessivas, de baixo para cima, contrafiadas em relação à fiada inferior.
Do mesmo modo nas esquinas, os topos das fiadas de placas deverão ser alternados fiada a fiada, para melhorar o travamento do sistema.
As placas serão colocadas na sua posição definitiva, pressionando contra o suporte de modo a esmagar a argamassa de colagem e ajustando os seus contornos e planimetria superficial com as placas adjacentes, de modo a não permitir folgas nas juntas e desalinhamentos na superfície dos panos de parede.
A verticalidade e o ajustamento planimétrico de cada placa em relação às adjacentes deverão ser permanentemente verificados, usando régua de 2m e nível de bolha de ar.
Nos cantos das zonas envolventes dos vãos, as placas deverão ser montadas de forma a evitar que juntas entre si correspondam ao alinhamento das arestas do vão, realizando uma forma em "L" abraçando o canto.
Este cuidado contribuirá para diminuir a tendência para a formação de fissuras a partir dos cantos do vão.
Passo 5:
O revestimento das placas será feito com a aplicação da argamassa, em pelo menos duas camadas, incorporando uma armadura em rede de fibra de vidro com tratamento antialcalino.
Os trabalhos de revestimento das placas de isolamento deverão ser realizados somente após o endurecimento da argamassa de colagem, estando garantida a estabilidade das placas.
A argamassa será aplicada por barramento, usando talocha metálica inoxidável, sendo as camadas aplicadas após endurecimento da anterior.
A primeira camada deverá ser aplicada com talocha dentada (dentes de 6 mm) para garantir uma espessura final de aproximadamente 2 mm; sobre o material ainda fresco, esticar a rede de fibra de vidro e alisar suavemente a superfície com talocha lisa, incorporando a rede superficialmente na argamassa.
A sobreposição lateral entre tiras da rede de fibra de vidro deverá respeitar pelo menos 10 cm.
A espessura da(s) camada(s) de argamassa aplicada(s) sobre a rede de fibra de vidro deverá garantir a efetiva cobertura desta, não sendo admissível que seja percetível ao olhar.
A superfície de acabamento da argamassa de revestimento deverá resultar plana, sem ressaltos ou vincos e com textura constante ao longo da toda a extensão.
Antes da aplicação do revestimento de acabamento deixar secar a argamassa pelo menos 3 dias.
As zonas do sistema expostas a ações de especial agressividade mecânica, nomeadamente as que são acessíveis aos utilizadores (até 2 m de altura junto ao solo, em varandas ou terraços, etc.) deverão ser reforçadas através da incorporação de uma camada adicional da rede de fibra de vidro e de uma camada adicional de argamassa de revestimento.
Passo 6:
É necessária a utilização de fixações mecânicas, complementares da colagem das placas de isolamento, nas seguintes circunstâncias:
- se o sistema for utilizado na reabilitação de um edifício, sobre suportes com revestimentos pré-existentes que não ofereçam a adequada garantia de aderência das argamassas de colagem das placas de isolamento (pinturas, cerâmica, RPE's, etc.);
- em utilizações do sistema acima dos 10 metros de altura, quando sujeito a condições severas de exposição ao vento, devido à ação de pressão negativa (sucção) produzida por este.
Este reforço de fixação será realizado pela instalação das buchas, na quantidade de pelo menos 6 unidades por cada m2, que deverá ser reforçada em função da elevação da exposição ao vento.
As buchas deverão ter comprimento adequado à espessura da placa isolante a fixar.
As buchas serão instaladas realizando furos com broca de diâmetro e comprimento adequados aos da bucha.
Após inserção no furo, o aperto da bucha é feito através da introdução do prego de expansão, por percussão com martelo ou maço.
As cabeças circulares das buchas deverão ser pressionadas de modo a esmagar a superfície da placa isolante, para que não fiquem salientes do plano da mesma.
As pequenas cavidades resultantes deverão ser posteriormente preenchidas com argamassa de revestimento, numa operação prévia ao revestimento das placas.
Passo 7:
Os revestimentos de acabamento deverão contribuir para a impermeabilidade, proteção e decoração do sistema ETICS.
- Acabamento colorido orgânico de base acrílica com aspeto talochado, é aplicado sobre pelo menos uma demão do primário de regulador, aplicado a rolo, após secagem deste; o material é aplicado com talocha de inox, bem apertado contra o suporte, e acabado com talocha plástica em suaves movimentos circulares.
- Acabamento colorido orgânico de base acrílica com aspeto talochado de textura aproximada ao areado, é aplicado sobre pelo menos uma demão do primário regulador, aplicado a rolo, após secagem deste; o material é aplicado com talocha de inox, bem apertado contra o suporte, e acabado com talocha plástica em suaves movimentos circulares.
- Acabamento mineral colorido à base de cal, é aplicado em duas camadas e permite obter acabamento areado ou alisado.
Molhar o suporte e aplicar a primeira camada por barramento com talocha lisa de inox, obtendo uma superfície contínua, lisa e regularizada.
Aplicar a segunda camada assim que a primeira tenha endurecido o suficiente, completando uma espessura total máxima de 3mm (molhar a superfície da primeira camada se esta se apresentar já seca, antes de aplicar a segunda).
Dar acabamento areado com esponja ligeiramente humedecida assim que a superfície se apresente com consistência adequada e escovar as areias mais grossas depois de endurecido.
Para obter acabamento alisado, fazer deslizar a talocha de inox em movimentos lineares, apertando suavemente a superfície já areada.